O DIA MUNDIAL DO TEATRO é comemorado em 27 de março, e uma das mais importantes manifestações por isto é a difusão da Mensagem Internacional, escrita tradicionalmente por uma personalidade de dimensão mundial, convidada pelo Instituto Internacional do Teatro para partilhar as suas reflexões sobre temas de Teatro e a Paz entre os povos. Esta mensagem é traduzida em mais de vinte línguas e lida perante milhares de espectadores antes do espetáculo da noite nos teatros do mundo inteiro.
A primeira mensagem foi escrita por Jean Cocteau (França), em 1962; em 2009, pelo dramaturgo brasileiro Augusto Boal (que veio a falecer logo a seguir, em 02-05-2009); em 2010 por Dame Judi Dench (Inglaterra); em 2011 pela africana Jessica Atwooki Kaahwa; em 2012 pelo norte americano John Malkovich, em 2013 pelo italiano Dario Fo, em 2014, pelo sul-africano Brett Bailey, em 2015 pelo polonês Krzysztof Warlikowski. e, em 2016 pelo russo Anatoli Vassiliev. em 2017 pela francesa Isabelle Huppert
Em 2018, em comemoração aos seu 70o. aniversário, o Instituto Internacional de Teatro, com sede na Suíça, para destacar o aspecto intercultural e internacional do teatro e do ITI, pelo seu Conselho Executivo, excepcionalmente, selecionou cinco autores de mensagens para escrever uma mensagem - uma de cada uma das cinco Regiões da UNESCO: Ásia-Pacífico: Ram Gopal BAJAJ, Índia - Países Árabes: Maya ZBIB, Líbano - Europa: Simon McBurney, Reino Unido - Américas: Sabina Berman, México - África: Wèrê LIKING, Costa do Marfim.
Leia mais abaixo, a mensagem para as américas.

Clique AQUI para ver a MENSAGEM DE 2017.
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Clique AQUI para ver a MENSAGEM DE 2015
Clique AQUI para ver a MENSAGEM de 2014
Clique AQUI para ver a MENSAGEM de 2013.
Clique AQUI para ver a MENSAGEM de 2012.
Clique AQUI para ver a MENSAGEM DE 2011.
Clique AQUI para ver as MENSAGENS DOS ANOS DE 2009 E 2010.
Clique AQUI para saber sobre o DIA MUNDIAL DO TEATRO PARA A INFÂNCIA E JUVENTUDE.
DIA NACIONAL DO CIRCO
(Por Tonico Lacerda Cruz)
Durante muitos anos, o Brasil comemorou o dia 15 de março como o Dia do Circo, seguindo o calendário internacional, mas, a partir de 2010 passou a comemorar no 3o. sabado de Abril (Clique AQUI para saber sobre o DIA MUNDIAL DO CIRCO), segundo a Federação Mundial do Circo. Mas, para prestar uma homenagem ao nosso grande palhaço, a data do seu aniversário (27/03) foi oficializada no Brasil como “Dia Nacional do Circo".
Como tantos outros artistas circenses, ele tinha várias habilidades: era acrobata e ginasta, além de ser um excelente equilibrista, que se destacava nos ousados números com bicicleta.
Piolim chegou a ser comparado a grandes artistas internacionais, como Charles Chaplin, o Carlitos. Em 1922, foi reconhecido pelos intelectuais da Semana de Arte Moderna como um artista genuinamente brasileiro e popular.
Seu apelido – Piolin (que quer dizer barbante, em espanhol) foi dado por um grupo de espanhóis com os quais contracenou em um espetáculo beneficente, que o achavam muito magro e com pernas compridas.
Era filho dos proprietários do Circo Americano. Na capital paulistana, esteve à frente por mais de três décadas do Circo Piolin.
Pouco antes de sua morte, aos 76 anos de idade, declarou sua preocupação com as artes circenses: "O circo não tem futuro, mas nós, ligados a ele, temos que batalhar para essa instituição não perecer".
Clique AQUI para saber sobre o DIA INTERNACIONAL DA DANÇA.
Mensagem do Dia Mundial do Teatro 2018 – As Américas
(por Sabina Berman, México - Escritora, dramaturga, jornalista. Nasceu na Cidade do México em 1955. Formada em psicologia pela Universidad Nacional Autónoma de México (UNAM), utiliza a escrita e o teatro para comunicar suas perspectivas sobre a sociedade. Também uma aclamada poeta, além de produtora, roteirista e apresentadora de televisão, aborda constantemente em suas obras a temática da diversidade e os direitos das minorias.)
"Podemos imaginar...
A tribo caça pássaros lançando pequenas pedras no ar, quando um gigantesco mamute surge na cena e RUGE - e, ao mesmo tempo um pequeno humano RUGE como o mamute. Logo, todos fogem...
Esse rugido de mamute proferido por uma mulher humana - quero imaginá-la mulher - é a origem do que nos torna a espécie que somos. Uma espécie capaz de imitar o que não somos. Uma espécie capaz de representar o Outro.
Saltemos dez anos, ou cem, ou mil. A tribo aprendeu a imitar outros seres e representa no fundo da caverna, na luz trêmula de uma fogueira, quatro homens são o mamute, três mulheres são o rio, homens e mulheres são pássaros, chimpanzés, árvores e nuvens: a tribo representa a caçada da manhã, capturando o passado com seu dom para o teatro. Mais surpreendente: assim a tribo inventa possíveis futuros, ensaiando possíveis maneiras de vencer o inimigo da tribo, o mamute.
Rugidos, assobios, murmúrios - a onomatopéia desse primeiro teatro - se tornarão linguagem verbal. A linguagem falada se tornará linguagem escrita. Seguindo esse caminho, o teatro se tornará rito e, logo mais, cinema. E na semente de cada uma destas formas, continuará presente o teatro. A forma mais simples de representação. A única forma viva de representação. O teatro, que quanto mais simples é, mais intimamente nos conecta com a mais maravilhosa habilidade humana, a de representar o outro.
Hoje, em todos os teatros do mundo, celebramos essa gloriosa habilidade humana de fazer teatro. De representar e assim, capturar nosso passado para entende-lo – ou de inventar possíveis futuros, que podem trazer mais liberdade e felicidade à tribo.
Eu falo, claro, das peças que realmente importam e transcendem o entretenimento. As peças que importam, hoje são propostas da mesma forma que as mais antigas: derrotar os inimigos contemporâneos da felicidade da tribo, graças à capacidade de representar.
Quais são os mamutes a serem vencidos hoje no teatro da tribo humana?
Eu digo que o maior mamute de todos é a alienação dos corações humanos. A perda da nossa capacidade de sentir com os Outros: sentir compaixão. E nossa incapacidade de com o Outro não-humano: a Natureza. Que paradoxo. Hoje, nas margens finais do Humanismo – da era do Antropoceno - da era em que os seres humanos são a força natural que mais se transformou e mais transformou o planeta - a missão do teatro é inversa à que reuniu a tribo originalmente para fazer o teatro no fundo da caverna: hoje, devemos resgatar nossa conexão com o mundo natural.
Mais do que a literatura, mais do que o cinema, o teatro - que exige a presença de seres humanos diante de outros seres humanos - é maravilhosamente adequado à tarefa de nos salvar de nos tornarmos algoritmos. Abstrações puras.
Deixe-nos remover do teatro tudo o que é supérfluo. Deixe-nos desnudá-lo. Porque quanto mais simples é o teatro, mais fácil é lembrar-nos do único fato inegável: nós somos, enquanto estamos no tempo; que somos enquanto somos carne e osso e corações batendo em nosso peito; que somos o aqui e agora, apenas.
Viva o teatro. A arte mais antiga. A arte mais presente. A arte mais maravilhosa. Viva o teatro."
(Traduzida para o português por Renato Alves)
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