quinta-feira, 27 de outubro de 2011

MEIO-AMBIENTE: MAIS QUE TEORIA, A ARTE PEDE PRÁXIS

(Por Tonico Lacerda Cruz)

"A natureza e a arte parecem afastar-se, mas antes que o pensemos já elas se encontraram." (Johann Goethe)

Não se pode falar em teatro sem se ater à função social do mesmo; função social esta que está acima de qualquer sectarismo político, social, religioso ou ideológico.

Exatamente por isto, que esta função social transcende, já há muito tempo, a aparente lógica imposta por "formadores de opinião", desde que o jornalista italiano Carlo Lorenzini adotou o pseudônimo "Carlo Collodi" para introjetar explicitamente, de forma sectarista, a idéia do que é o certo e do que é o errado, através do seu célebre personagem - Pinóquio.

Definitivamente, não é esta a função do Teatro!

O Teatro transborda arte quando escancara as mazelas e delícias da sociedade, canaliza e cataliza emoções, leva à reflexões, sugere atitudes E INSPIRA MODIFICAÇÕES PESSOAIS.

Por isso, não basta que a arte apenas busque o belo e o estético; ela precisa plantar sementes de reflexão, que possam fazer brotar na platéia, e também nos artistas que estão no palco, a necessidade de transformação na sua prática cotidiana.

"O erro próprio dos artistas é acreditarem que fariam melhor meditando do que experimentando. (...) É fazendo que se descobre aquilo que se quer fazer." (Alain)

A sociedade está cheia de hipocrisia, onde se fala de valores, mas não se praticam atitudes coerentes com isto.

"A verdadeira revolução acontece quando mudam os papéis e não apenas os autores." (Gilbert Cesbron)

Por isso, hoje se fala demais do meio-ambiente, mas não se vêem atitudes pessoais...

Estamos cansados de ver lixo sendo jogado na rua por pedestres, das janelas de ônibus, "topics", táxis, carros particulares (muitos, importados)...

Estamos cansados de ver jovens em carros com paredões de sons, impondo os barulhos que saem dos mesmos à todos que estejam a um raio de um quilômetro do mesmo ou mais, talvez para reafirmarem suas hipotéticas condições de "líderes", ou para tentarem purgar frustrações pessoais.

Estamos cansados de ver crianças e adolescentes sendo explorados das mais impensadas formas e idosos sendo desrespeitados por pessoas comuns, motoristas de ônibus e passageiros, que simplesmente se negam a imaginar que também serão idosos um dia e precisarão de um lugarzinho para sentarem-se, enquanto percorrem seus trajetos.

Sim! Nós, seres humanos, também fazemos parte deste "meio-ambiente" e, por isso, temos que nos escalarmos na tal "sustentabilidade", ora...

Então, sugerimos ao ator - aquele que é o protagonista da sua própria história, sendo ele artista ou não, que tanta experiência tem em interpretar personagens no seu cotidiano, que carregue para si, e em si, um pouco de cada um destes personagens e que as modificações na sua práxis venha de dentro, e não de fora, para que se expressem em ações concretas, que serão exemplos para a platéia e a geração futura.

O clipe abaixo é uma música (Yeha Noha) da Sacred Spirit que contém trechos da carta que o Cacique Seattle enviou ao presidente dos EUA em 1855:

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