Por Tonico Lacerda Cruz
Uma das linhas de trabalho da CIA. PLURAL DE ARTES CÊNICAS é a ESCOLA PLURAL DE ARTES CÊNICAS, onde, em parceria com alguns colégios de Fortaleza, ministramos aulas de teatro, circo e mímica para crianças, adolescentes e adultos.
Assim sendo, como arte-educadores temos a missão de também zelar por aquilo que chega aos alunos, sobretudo no tocante à adequação à faixa etária e maturidade de cada turma.
Além disso, como artistas, por filosofia nossa, temos também a preocupação de alicerçarmos nossos espetáculos no tripé EMOÇÃO - HUMOR - REFLEXÃO, acreditando que o público deve ser levado ao pensamento crítico e reflexivo acerca de si mesmo, do outro e da sociedade em que vive.
Destarte, com esse artigo, pretende-se ser explícito acerca de um assunto que, vez por outra, vem à tona: o acesso de crianças e adolescentes à informação e à arte.
Temos sido noticiados, com cada vez mais frequência, de comportamentos dos mais absurdos, alguns criminosos, de crianças e adolescentes, de todas as classes sociais. Quais seriam as razões destes comportamentos?
Busquei-as em análises das mais diversas questões levantadas por psicólogos, sociólogos e demais especialistas em comportamento social. Foi então que percebí que, como um cachorro, estava correndo atrás do meu rabo.
Quem constrói a sociedade somos cada um de nós, através de ações e, também, de OMISSÕES. O dito popular "quem cala consente" é o maior catalizador dos comportamentos infanto-juvenis, que se espelham naquilo que chegam até eles em filmes, espetáculos de teatro, desenhos animados, internet, etc.
Por mais que as crianças e adolescentes de hoje amadurecem mais precocemente, eles continuam crianças e adolescentes. E nós, precisamos conscientizarmo-nos, que, da mesma forma, continuamos sendo PAIS - com tudo o que esta palavra carrega em si.
Por isso, como adultos, mais que sermos EXEMPLOS para crianças e adolescentes (não estou falando apenas dos nossos filhos), com ações de civilidade, moral, gentileza e paciência, precisamos estar atentos às nossas omissões, às nossas "vistas grossas" ao que chega aos olhos e ouvidos das crianças e adolescentes, sob o falso manto de que "hoje, isso é normal".
Por isso, me sinto responsável. Responsável como artista, formador de opinião. Responsável como educador, formador de conhecimento. Responsável como pai.
Não defendo a censura, ou sequer o patrulhamento ideológico, mesmo porque, na era da "liberdade democrática", onde o Estado se afastou (felizmente) do papel de "pai-padrasto de todos", muitos pais confundem isso com a permissividade absoluta aos seus filhos, não se atendo ao seu eterno papel de ídolo e herói, cujos exemplos, queiramos ou não, serão seguidos por nossos filhos.
Estamos falando aqui de BOM SENSO, de ASSUNÇÃO DE RESPONSABILIDADES. E por mais que muitos pais achem cômodo pagar valores absurdos para que escolas eduquem seus filhos, eles - pais, continuarão a ser os modelos a serem seguidos. A escola cumpre seu papel fundamental de educar, mas é dos pais a função de criar. Por isso, Não nos deixemos enganar. Nossos filhos fazem o que fazemos ou o quê não os impedimos de fazer. E, via de regra, nos omitimos, sob a falsa idéia de que eles são maduros. E todo o comportamento deles, crianças e adolescentes, vai se moldando com base naquilo que eles vêem, ouvem e vivenciam.
NÃO SE ENGANE. TEM COISAS QUE SEU FILHO NÃO ESTÁ PREPARADO PARA VER, OUVIR E VIVENCIAR.
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